segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Condenados, Dirceu e Delúbio festejam vitória do PT em churrasco


Os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, condenados no julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), participaram de um churrasco, na noite de domingo, em comemoração a eleição de Fernando Haddad (PT) para a prefeitura de São Paulo. No evento, também em homenagem ao aniversário do sindicalista Marcos Palmah, os convidados vibravam com as parciais da apuração de votos, que acompanhavam pela TV. Quando a vitória de Haddad foi confirmada, eles cantaram o jingle da campanha, gritaram e assobiaram. As informações são do jornal Folha de S.Paulo
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Entre os convidados, estavam dois petistas que investiram contra jornalistas durante o voto de Genoino, entre eles o ex-presidente da comissão de ética do PT. Dirceu, que chegou pouco depois das 18h para votar, foi recebido ao coro de "Zé, guerreiro do povo brasileiro". Vestindo vermelho, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e Genoino chegaram horas antes. Dirceu e Genoino se preparam para se lançar em uma ofensiva pela reforma do Judiciário e a regulação da mídia a partir de amanhã. Por orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eles estavam se contendo para evitar danos a Haddad. Dirceu cogita até recorrer a tribunais internacionais contra sua condenação. Ontem, em meio ao tumulto que marcou o momento da votação, o ex-ministro, que foi condenado pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha, afirmou que só falará "depois do resultado do julgamento".

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

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