quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Para as lulas, não importa se é macho ou fêmea


Encontrar meninas é difícil se você é uma lula maculina que vive em águas profundas e escuras na costa da Califórnia. É raro cruzar com sua própria espécie – e quando você tem a oportunidade, a escuridão do fundo do mar faz com que seja difícil dizer se o novo amigo é macho ou fêmea.
Porém, uma espécie de lula apareceu com uma solução alternativa para este problema, de acordo com um novo estudo. O sedutor de oito braços simplesmente acasala com qualquer lula de sua espécie que cruza seu caminho. Se isso significa perder um pouco de esperma num acasalamento entre machos, a lula não parece se importar.

Esse comportamento da lula não é necessariamente tomado como mais uma evidência de ligação homossexual no estado selvagem. Pelo contrário, a lula parece sair com qualquer um por necessidade.
Além do habitat escuro em que os animais vivem, os encontros com parceiros são poucos e distantes entre si, e o acasalamento é provavelmente rápido. Os pesquisadores acreditam que a alta frequência de acasalamentos entre o sexo masculino é o resultado de uma combinação de todos os fatores acima.
A lula em questão, Octopoteuthis deletron, é uma criatura de tamanho médio, cujo corpo pode alcançar até cerca de 17 centímetros de comprimento. Pouco se sabe sobre o ciclo de vida dessa lula, porque é uma espécie relativamente rara e seu habitat de águas profundas não é um convite à observação.
Utilizando veículos operados remotamente, os cientistas foram capazes de captar imagens de 108 lulas O. deletron entre 1992 e 2011, que cruzavam as águas de 400 a 800 metros de profundidade.
Infelizmente, a filmagem não permitiu determinar o sexo de todas as lulas. Mas 39 delas puderam ser classificadas em masculinas e femininas. Foi assim que os cientistas fizeram uma descoberta curiosa: o mesmo número de lulas machos e fêmeas mostraram evidências de um recente encontro com um macho.
Nessas lulas foram vistos pequenos sacos de esperma que a lula macho deposita na fêmea durante o acasalamento. Estes pacotes injetam o esperma no corpo da fêmea. A embalagem permanece presa à sua pele, sinalizando que a lula acasalou recentemente.
9 machos e 10 fêmeas foram vistos com esses pacotes em seus corpos.
Os pacotes foram encontrados em áreas fora do alcance do próprio pênis do homem, garantindo que as lulas não inseminaram a si mesmas acidentalmente. O mais provável é que simplesmente é menos custoso para a lula perder um pouco de esperma em um acasalamento com o mesmo sexo, do que se envolver em um comportamento elaborado para encontrar fêmeas férteis.
A lula vive uma vida solitária e raramente se encontra com membros de sua espécie. Assim, pode fazer sentido agarrar qualquer oportunidade de acasalar.
Pouco se sabe sobre o estilo de vida dessa lula e mais estudos devem ser feitos para comprovar esse comportamento. Mas se a escuridão e a solidão em que a espécie vive é tão grande, é bem possível que a carência do bichinho tem a mesma proporção.[LiveScience]

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