segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Por que SEUS elogios vazios prejudicam as crianças?


criança triste
Muitos pais caem na tentação de comemorar cada pequeno feito de seus filhos e, mesmo com a melhor das intenções, podem acabar prejudicando sua confiança e autoestima. “Elogios vazios são tão ruins quanto críticas pesadas – expressam indiferença em relação aos sentimentos e pensamentos da criança”, opina o psicanalista Stephen Grosz.
Ele cita um estudo realizado por psicólogos da Universidade Columbia (EUA), em que 128 estudantes de 10 a 11 anos foram chamados para solucionar problemas matemáticos. Depois, para alguns dos voluntários, os pesquisadores fizeram elogios como “você se saiu muito bem, é muito inteligente”; para outros, “você se saiu muito bem, deve ter se esforçado bastante”. Em seguida, os estudantes tiveram de realizar mais uma série de exercícios, e aqueles que foram elogiados por serem “inteligentes” se saíram pior do que os que foram elogiados por seu esforço.
Em seu livro The Examined Life (“A Vida Examinada”, sem edição no Brasil), Grosz fala sobre uma ocasião em que foi buscar sua filha pequena na creche e ouviu uma das funcionárias elogiando a criança por seus desenhos. “Como eu poderia explicar que preferia que ela não elogiasse minha filha?”, pergunta o autor. “Isso diz ‘eu não quero me comprometer com você como pessoa; apenas quero te elogiar’”.
Para Grosz, muitos adultos foram criados com criticismo excessivo, e acabam ficando ansiosos por mostrar que são diferentes de seus pais. No lugar de ficar exaltando as crianças, porém, o psicanalista recomenda que pais ajudem a construir gradualmente a confiança dos filhos. “Apenas ouça o que sua criança quer te falar, sobre o que desperta o interesse e a paixão dela”, acrescenta.

Louvor ao esforço

Outro estudo, realizado também nos Estados Unidos, mostrou como certos tipos de elogio podem ajudar no desenvolvimento das crianças (enquanto outros fazem justamente o contrário). Para analisar o fenômeno, a equipe de pesquisadores filmou 53 crianças de 1 a 3 anos em interações com seus pais; cinco anos mais tarde, entraram novamente em contato com as famílias e avaliaram o comportamento das crianças.
Naquelas famílias em que os pais tinham o costume de elogiar os filhos por seus esforços, as crianças se tornaram mais persistentes e mais capazes de encontrar soluções para problemas. Já naquelas em que se tinha o hábito de simplesmente elogiar a criança, os filhos se tornaram mais avessos a desafios.
Os pesquisadores também perceberam que, de modo geral, o “elogio pelo esforço” era mais comum entre meninos, que acabavam se beneficiando mais ao longo dos anos. “Esses resultados são preocupantes porque sugerem que pais podem, sem perceber, criar entre as meninas o pensamento de que traços [pessoais] são fixos, levando a uma menor motivação e persistência diante de desafios”, alerta a pesquisadora Elizabeth Gunderson.[Daily Mail UK (1)] [Daily Mail UK (2)] [Child Development]

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