segunda-feira, 4 de março de 2013

Curamos a primeira criança de AIDS?


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A boa notícia foi anunciada na Conferência sobre Retroviroses e Infecções Oportunísticas, em Atlanta (EUA). Um bebê nascido na área rural do Mississipi (EUA) foi curado da AIDS depois de ser tratado com um “regime agressivo de drogas” logo após o nascimento.
O fato aconteceu há 2 anos e meio, e abre as portas para que milhares de bebês que nascem com AIDS sejam curados também. Se confirmado, será o segundo caso de cura da doença.

Nascido com AIDS

Muitas pesquisas evidenciam que tratar bebês nascidos de mães portadoras do HIV com drogas anti-retrovirais pode prevenir infecções. Há até mesmo uma combinação de drogas, chamada de Truvada, que foi aprovada para este objetivo em julho de 2012.
Entretanto, este não foi o caso do bebê em questão, que passou por cinco testes para HIV e teve resultado positivo em todos eles.
Os dois primeiros testes, feitos com intervalo de uma hora, indicavam 20.000 cópias do vírus por mililitro, o que é considerado baixo para um bebê. Entretanto, como os testes deram positivo logo após o nascimento, os médicos acreditam que a infecção aconteceu no útero, e não no nascimento.

Ataque precoce

Normalmente, o vírus infecta primeiro o sangue e depois migra para outros órgãos, escondendo-se em células infectadas, mas que não ficam doentes, e que servem para disparar novos surtos da doença. São os chamados repositórios virais, que tem frustrado tratamentos até hoje.
No caso desta criança recém-nascida, a médica tomou uma decisão incomum: administrar não apenas a Truvada, mas um regime triplo de drogas, que são usadas para tratar a infecção, e em dose maior.
A intenção da Dra. Hannah B. Gay, professora associada de pediatria, era iniciar o tratamento da doença imediatamente, antes mesmo dos resultados confirmarem a infecção. A administração das drogas começou 30 horas depois do nascimento.
Aos 18 meses de tratamento, por razões que não são claras, a mãe da criança parou de levá-la ao hospital, não comparecendo às consultas marcadas. Quando trouxe a criança novamente ao médico, aos 23 meses, apesar de ela não estar recebendo a medicação há 5 meses, os exames não detectaram qualquer carga viral.

Cura?

O caso é bastante polêmico, por que se trata de apenas um paciente. A Dra. Gay aponta que é importante testar o procedimento em outros bebês nascidos de mães portadoras de HIV, para ter a confirmação de sua eficácia.
Outros pesquisadores alertam também para o fato de que é preciso primeiro confirmar que a criança estava realmente infectada com o vírus.
Por fim, este tratamento tem pouca ou nenhuma relevância para pacientes adultos ou adolescentes que são diagnosticados bastante tempo depois da infecção inicial.
Mas é possível, neste caso, que a decisão da médica de iniciar um tratamento anti-retroviral agressivo menos de 31 horas depois do nascimento possa ter levado a sua cura – as drogas teriam atacado o vírus antes da formação dos assim chamados reservatórios virais.
A esperança é que, se confirmada a cura, este tratamento seja adotado em países pobres, onde muitas crianças nascem de mães portadoras de HIV. [ScienceDailyForbes,WallStreet JournalNY Times]

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